terça-feira, 1 de março de 2011

Recenseamento Agrícola 2009 - Dados preliminares

O Instituto Nacional de Estatística (INE) publicou em 15 de Dez/10 os dados preliminares do Recenseamento Agrícola 2009, comparando os resultados o recenseamento de 1999. No final de Maio de 2011 serão disponibilizados os resultados definitivos até ao nível geográfico de freguesia.
A autonomia agrícola é um dos pontos que preocupam a Rede, numa perspectiva de sustentabilidade das populações. Estes dados vêm confirmar a evolução já conhecida de diminuição da auto-suficiência agrícola.
Nos últimos 10 anos desapareceram 112 mil explorações agrícolas (1 em cada 4), correspondendo a mais de 450 mil hectares de Superfície Agrícola Utilizada (SAU). Foram principalmente as pequenas explorações ( <1 e < 5 hectares) que desapareceram, sendo o decréscimo de SAV (-6%) inferior ao decréscimo de explorações (-27%), o que traduz um aumento do peso das explorações de grandes dimensões. A paisagem agrícola também se alterou significativamente, reorientando-se para sistemas de produção extensivas. Diminuição das terras aráveis, em particular da cultura da batata (-63%), leguminosas secas (-49%) e cereais de grão (-43%) e aumento das culturas forrageiras e pastagens permanentes, em termos relativos e absolutos, que já ocupam metade da SAV.
O produtor agrícola tipo é homem, tem 63 anos, apenas completou o 1º ciclo do ensino básico, tem formação agrícola exclusivamente prática e trabalha nas actividades agrícolas da exploração cerca de 22 horas por semana; o rendimento provém maioritariamente de pensões e reformas. Apenas 6% dos produtores obtêm o rendimento exclusivamente da actividade da sua exploração agrícola. De referir que Montemor-o-Novo apresenta a maior percentagem de produtores com habilitações ao nível do ensino superior!
As explorações agrícolas tornaram-se mais mecanizadas mas a mão-de-obra familiar realiza 80% do trabalho agrícola. A realidade das empresas agrícolas é diferente: representando apenas 2% do universo de explorações agrícolas, empregam 2/3 da mão-de-obra agrícola assalariada com ocupação regular, apesar da maior mecanização e maior eficiência dessa mecanização.
Foram recenseadas cerca de 1300 unidades produtivas certificadas em modo de produção biológica, das quais 37% dirigidas para a pecuária. A SAU destas explorações representa 3% da SAU nacional, sendo a maior parte ocupada com pastagens permanentes. Apenas 1% das hortícolas e vinha, 2% dos pomares e 3% dos olivais são biológicos.

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