Para começar bem 2019, gostávamos de refletir com ajuda da
mensagem de um consultor/comentador que alguns poderão conhecer, no caso de
seguirem a política internacional. Esta pessoa foi um diplomata britânico, era
um político em ascensão, especialista nas questões mundiais mais difíceis e
demitiu-se do seu cargo em 2003. Carne Ross, é seu nome, escreveu em 2011 “The
Leaderless Revolution – How Ordinary People Will Take Power and Change Politics
in the 21st Century” ou seja resumidamente como expressa o título em português:
“A revolução sem líder” (Bertrand Editora, 2012). Porque falar deste livro
nesta altura? Simplesmente, porque Carne Ross oferece para o início do ano, a
mensagem, mais encorajadora que alguma vez poderemos ouvir vindo de alguém que
esteve “metido até ao pescoço” na política internacional, a saber que existe
forma de resgatar a esperança de que um mundo melhor, mais justo e equilibrado
está ao nosso alcance.
O que nos diz Carne Ross e o que é que isso tem a ver com a
Rede de Cidadania?
Na página 27 do seu livro, podemos ler: “Contudo, nesta
crise existencial, eis que é revelado o primeiro ponto de apoio firme na face
do penhasco dos problemas intransponíveis. A resposta tanto para a crise
pessoal como para a crise coletiva é a mesma. E é simples. Pode ser apresentada por uma única palavra: arbítrio.
Ter arbítrio sobre os acontecimentos – a sensação de controlo - é algo
drasticamente ausente da condição contemporânea. A sua captura está disponível
através de um mecanismo simples: a ação.”
Assim chegamos à Rede de Cidadania, onde o que é feito vem da vontade das
pessoas envolvidas deixando para trás a sensação de impotência perante os
problemas. O individuo revela-se como motor
da mudança que ele quer ver no mundo porque “significa que as ações no
nosso próprio microcosmo podem ter consequências globais.” (p. 31) Isto é
diferente de querer mudar o mundo complexo, tarefa muito difícil e com
objetivos quase inatingíveis face à multitudes de problemas de todas as ordens
(sociais, ambientais,…).
Agir é assumir os benefícios do debate e da responsabilidade
partilhada, oferece uma maior sensação de cooperação, respeito e comunidade com
os outros. Permite responder a uma necessidade, muitas vezes esquecida pela
atual obsessão de bem-estar material, uma mais profunda sensação e propósitos
próprios.
Obviamente, a Rede de Cidadania não se apresenta como
salvadora da comunidade, longe disso, sejamos humildes, mas garante aos que se
envolvem que localmente e sobre questões com as quais se preocupam, podem ter
uma ação, se se-organizarem para tal.
Pelo que para 2019, temos um desejo claro: mais AÇÃO de
todos!
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