«Um jovem», conta Alfred Sauvy, «entra numa joalharia e compra um anel de 1000 dólares, que paga com um cheque: o joalheiro, satisfeito com esta receita, compra o automóvel que deseja à algum tempo e endossa, para esse efeito, o cheque. E o circuito prossegue, até ao décimo possuidor do cheque, que não adquire nada, apresenta o cheque ao banco e fica a saber que não tem provisão.»
«Os dez signatários reúnem-se e decidiram partilhar, em partes iguais a perda de 1000 dólares; cada um deve perder 100 dólares e resigna-se. O comerciante de quadros anuncia que não perdera 100 dólares porque ganhou 200 dólares na venda. Ganha portanto 100 dólares limpos. Cada um apercebe-se então que o seu caso é igual. Assim, as 10 pessoas ganharam cada uma 100 dólares. Por outro lado, o jovem ganhou um anel por nada.»
A. Sauvy, La machine et le chômage : les progrès techniques et l'emploi – Paris, 1980
Ao colocarmos o nosso dinheiro fora de economia local, estamos a terminar a possibilidade de geração de renda para a comunidade local, incluindo para nós próprios. É o que nos ensina esta história.
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