terça-feira, 27 de março de 2012

Jantar Popular - Democracia Alimentar


No próximo dia 29 de Março, o Jantar Popular volta para reclamar a democracia alimentar!

18.30-20.00 Debate em círculo com vários/as oradores/as sobre democracia alimentar
20.30 - Jantar Popular Chili Mix de feijões tradicionais com arroz integral do Mondego e salada verde

O discurso da "sustentabilidade" que invadiu governos, governança, gestão empresarial e manuais académicos desde o fim dos anos 80, prometeu um ambiente mais são com uma gestão mais participada dos recursos naturais comuns. Mas o contrário aconteceu. O conceito "desenvolvimento sustentável" foi rapidamente reinterpretado para significar "crescimento perpetuado", que se tornou um paradigma intocável, racionalizado com o argumento de que mais crescimento promove mais riqueza, o que liberta fundos para proteger o ambiente, sendo o resto resolvido pelo avanço da tecnologia.
Mas o crescimento tão desejado verificou-se apenas para os países e empresas que conseguiram implementar economias de escala, muito à custa do ambiente e da democracia. Economias de escala incentivam a criação de monopólios, tanto sobre recursos naturais como sobre mercados.

A produção alimentar é o maior negócio global, superando até o sector da energia. Governos mais ricos e as grandes empresas agro-industriais realizaram isto muito cedo e incorporaram a agricultura nos acordos da Organização Mundial do Comércio. Hoje, a agricultura é discutida sobretudo nos "boardrooms" de multinacionais e nas cimeiras do comércio. A agricultura e os seus produtos e ainda os recursos naturais de que precisa, foram comodificados. Quem pode pagar, tem acesso aos mesmos, quem não pode, fica excluído do sistema.

O resultado das políticas agrícolas e da ganância dos últimos 50 anos é um sistema alimentar "avariado": milhares de milhões de pessoas, sobretudo rurais, foram excluídas do sistema, sem acesso à terra, água, sementes ou mesmo à alimentação mais básica. Ironicamente, o mesmo sistema alimentar causou uma epidemia de obesidade, pelo facto da comida processada ser mais barata do que a comida fresca, e há mais pessoas obesas do que famintas neste momento.
Os elos entre a produção e o consumo de alimentos foram quebrados e muitos de nós estão dependentes daquilo que os grandes supermercados nos dignam de proporcionar.

Como voltar à democracia alimentar? Como retomar a produção agrícola e alimentar e inverter a privatização e erosão dos nossos recursos naturais?

Estas e outras questões para "alimentar" a luta por comida nutritiva e apropriada, estarão em debate neste Jantar Popular. Aparece!

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A conversa começa às 18h30. O Jantar é servido às 20.30h, no RDA 69 (Rua Regueirão dos Anjos, nº 69, Lisboa).

A partir das 16h vamos estar a cozinhar, todas as mãos são bem-vindas!

O que é o Jantar Popular?
- Um Jantar comunitário vegano e livre de transgénicos que se realiza todas as Quintas-feiras no Regueirão dos Anjos nº69;
- Uma iniciativa inteiramente auto-gerida por voluntários. Para colaborar, cozinhar, montar a sala, basta aparecer a uma Quinta-feira a partir das 16h.
- Um projecto autónomo e auto-sustentável. As receitas do Jantar Popular representam o fundo de maneio do Centro Social do GAIA que mantém assim a sua autonomia.
- Um jantar onde ninguém fica sem comer por não ter moedas e onde quem ajuda não paga.

A contribuição sugerida são 3€

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